"...Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não, quero uma verdade inventada".
Clarice Lispector
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Eros e Psique
Conta a lenda que dormia Uma Princesa encantada A quem só despertaria Um Infante, que viria De além do muro da estrada Ele tinha que, tentado Vencer o mal e o bem Antes que, já libertado Deixasse o caminho errado Por o que à Princesa vem A Princesa Adormecida Se espera, dormindo espera Sonha em morte a sua vida E orna-lhe a fronte esquecida Verde, uma grinalda de hera Longe o Infante, esforçado Sem saber que intuito tem Rompe o caminho fadado Ele dela é ignorado Ela para ele é ninguém Mas cada um cumpre o Destino Ela dormindo encantada Ele buscando-a sem tino Pelo processo divino Que faz existir a estrada E, se bem que seja obscuro Tudo pela estrada fora E falso, ele vem seguro E vencendo estrada e muro Chega onde em sono ela mora E, inda tonto do que houvera À cabeça, em maresia Ergue a mão, e encontra hera E vê que ele mesmo era A Princesa que dormia.
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